Exclusivo: a Rússia não investigará a queda do avião de Prigozhin sob as regras internacionais

O Prigogine de Wagner foi incluído em um acidente de avião russo sem sobreviventes

Um fotógrafo fotografa os destroços do avião particular associado ao chefe mercenário da Wagner, Yevgeny Prigozhin, perto do local do acidente na região de Tver, Rússia, em 24 de agosto de 2023. REUTERS/Marina Lytseva/Foto de arquivo Obtenha direitos de licenciamento

SÃO PAULO/MONTREAL (Reuters) – A Rússia disse à Autoridade de Investigação de Aeronaves do Brasil que não investigará a queda do jato Embraer de fabricação brasileira que matou o líder mercenário Yevgeny Prigozhin sob as regras internacionais “por enquanto”. A agência brasileira disse à Reuters na terça-feira.

Prigozhin, dois de seus principais assessores no Grupo Wagner e quatro guarda-costas estavam entre as 10 pessoas mortas quando o Embraer Legacy 600 caiu ao norte de Moscou na semana passada.

Ele morreu dois meses depois de encenar uma breve insurreição contra o sistema de defesa da Rússia, o maior desafio ao governo do presidente Vladimir Putin desde que ele chegou ao poder em 1999.

O Centro Brasileiro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes de Aviação (CENIPA), para a melhoria da segurança da aviação, disse que se juntaria a uma investigação liderada pela Rússia se fosse convidado e a investigação fosse conduzida sob regras internacionais.

A autoridade de aviação da Rússia não tinha obrigação de dizer sim ao CENIPA, mas alguns ex-investigadores disseram que deveria, já que os Estados Unidos e outros governos ocidentais suspeitam que o Kremlin estava por trás da queda do Embraer Legacy 600, em 23 de agosto, que tem uma boa segurança. registro. .

O Kremlin nega qualquer envolvimento. Prigozhin criticou publicamente a tentativa de Moscovo de invadir a Ucrânia. Os mercenários de Wagner travaram batalhas lá ao lado da Rússia.

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De acordo com a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) da ONU, com sede em Montreal, o voo de Moscovo para São Petersburgo era doméstico, não estando portanto sujeito às regras internacionais conhecidas em toda a indústria pela sua designação legal “Anexo 13”.

Não há obrigação de aceitar as regras internacionais

“Eles não são obrigados, apenas recomendados a fazê-lo”, disse o brigadeiro Joy Marcelo Moreno, chefe do CENIPA, à Reuters depois que a agência enviou um e-mail na semana passada perguntando à Rússia se abriria tal investigação.

E acrescentou: “Mas se disserem que vão abrir a investigação e convidar o Brasil, participaremos de longe”.

John Cox, conselheiro de segurança da aviação dos EUA e ex-investigador, disse que a investigação interna russa seria sempre questionável sem o envolvimento do Brasil, país onde o avião foi construído.

“Acho que é muito triste”, disse Cox, após ser informado da resposta russa. “Acho que isso prejudica a transparência da investigação russa.”

O CENIPA disse em comunicado enviado por e-mail que recebeu uma resposta do Comitê de Aviação Interestadual – Comitê de Investigação de Acidentes (IAC) na terça-feira, na qual a autoridade russa disse que não iria, por enquanto, abrir uma investigação do Anexo 13.

Nas investigações de acidentes aéreos, os especialistas trabalham para melhorar a segurança dos voos sem atribuir culpas, mas as investigações são frequentemente contaminadas por interesses políticos.

O CENIPA e a fabricante Embraer querem prevenir futuros incidentes, mas enfrentam desafios para obter informações da investigação devido às sanções impostas à Rússia e à relutância de Moscovo em permitir o escrutínio externo.

Cerca de 802 jatos regionais da Embraer de 37 a 50 assentos, construídos na mesma plataforma do Legacy 600 corporativo, estão em serviço, ressaltando o interesse do Brasil na investigação.

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A Embraer não quis comentar.

Jeff Guzzetti, ex-investigador de acidentes aéreos dos EUA, disse que a Rússia deveria aceitar a ajuda do Brasil, mesmo que o CENIPA só possa participar remotamente.

“Se não o fizerem, é um sinal claro de que não será uma investigação transparente.”

As Regras têm o nome de um apêndice da Convenção sobre Aviação Civil Internacional – mais conhecida como Convenção de Chicago de 1944 – e as Regras representam uma forma simples mas eficaz de cooperação internacional que raramente é contestada.

Os responsáveis ​​pela segurança afirmaram que, ao promover uma cooperação técnica invulgarmente estreita através das fronteiras políticas e ao evitar questões de culpa, o Anexo 13 melhorou muito a segurança aérea desde que foi introduzido pela primeira vez.

(Reportagem de Alison Lambert em Montreal, Gabriel Araujo em São Paulo e Valerie Encina em Washington; Reportagem de Mohammed para The Arab Bulletin; Edição de Mohammed Al Yamani) Edição de Denny Thomas e Grant McCall

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Gabriel é um repórter que mora em São Paulo, Brasil, cobrindo notícias financeiras e de última hora da América Latina da maior economia da região. Formado pela Universidade de São Paulo, ingressou na Reuters enquanto estava na faculdade como estagiário de commodities e energia e está na empresa desde então. Anteriormente, ela cobriu eventos esportivos – incluindo futebol e Fórmula 1 – para rádios e sites brasileiros.

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