Na maioria dos anos, a Conferência de Segurança de Munique concentrou-se em crises distantes, como as do Afeganistão ou do Iraque. Mas para a reunião deste ano, que começa na sexta-feira, o tema será a própria Europa, já que uma de suas maiores nações enfrenta uma invasão potencialmente catastrófica.
Wolfgang Ischinger, presidente da assembléia, escreveu em Nota antes das conversas. “A certeza tradicional está entrando em colapso, as ameaças e vulnerabilidades se multiplicam e a ordem baseada em regras está cada vez mais sob ataque. A necessidade de diálogo nunca foi tão grande.”
Aqui estão algumas coisas essenciais para saber ao iniciar um negócio.
O que é uma conferência?
Este encontro, geralmente um evento tranquilo em uma cidade pacata da Baviera, reúne chefes de estado, diplomatas e empresários das principais democracias do mundo para três dias de reuniões e apresentações.
O evento deste ano começa quando a Rússia parece estar se preparando para uma incursão militar na Ucrânia, o país no extremo leste da Europa.
Líderes ocidentais disseram na quinta-feira que detectaram indícios de que as forças russas podem ter realizado uma operação de “bandeira falsa” para fornecer um pretexto para uma ofensiva militar. Desta forma, a conferência pode ser mais importante do que tem sido em anos.
Como você começou?
Quando a Conferência de Segurança de Munique foi fundada em 1963, ela foi concebida como uma forma de líderes, principalmente do Ocidente, discutirem ameaças e riscos em um ambiente informal.
A maioria dos temores na época vinha da Guerra Fria, que dominou a política mundial por quase meio século.
Com o tempo, a conferência tornou-se uma plataforma para expressar queixas e implementar acordos políticos, alguns dos quais estavam fora do escopo das relações Leste-Oeste.
Nos últimos anos, a conferência tem frequentemente convidado líderes de países autoritários, e até mesmo opositores, para falar.
Como Putin formou a assembléia?
Um dos momentos mais dolorosos da conferência ocorreu em 2007, quando O presidente russo, Vladimir Putin, criticou fortemente os Estados Unidos. Ele o culpou por minar a estabilidade global por trás de um véu de democracia.
Putin disse que o sistema global controlado por um país, os Estados Unidos, “não tem nada a ver com democracia” e que é hora de “repensar toda a arquitetura da segurança global”.
Este ano, embora não se espere que o líder russo apareça nesta reunião, ele estará mais iminente do que nunca.
Desde o ano passado, quando os militares russos começaram a se concentrar na fronteira ucraniana, os líderes ocidentais correram para tentar deter um ataque russo, ameaçando sanções econômicas potencialmente incapacitantes e fornecendo à Ucrânia armamento avançado.
O que podemos esperar este ano?
Todos os olhos estarão voltados para a vice-presidente Kamala Harris e o secretário de Estado Anthony J. Espera-se que Blinken, que representa a delegação dos EUA, faça fortes defesas dos esforços ocidentais para impedir um ataque russo.
Líderes de alto escalão dos aliados da Otan dos Estados Unidos, incluindo Grã-Bretanha, França e Alemanha, também devem falar na conferência. Nas últimas semanas, os países da OTAN, incluindo a Polônia e os países bálticos, forneceram à Ucrânia reforços militares para apoiar o flanco leste da Europa.
Também estará presente o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que nesta semana sugeriu que poderia abandonar os esforços de seu país para ingressar na Otan.