Itália critica Alemanha por financiar instituições de caridade para migrantes

ROMA (Reuters) – Um plano alemão para financiar instituições de caridade que ajudam migrantes no Mediterrâneo está causando dificuldades para a Itália, disse o ministro da Defesa, Guido Crosetto, neste domingo, enquanto Roma tenta impor medidas mais duras para conter o fluxo de chegadas por mar.

Após relatos na mídia italiana, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão disse na sexta-feira que Berlim estava implementando um programa de apoio financeiro parlamentar tanto para resgate civil no mar quanto para projetos terrestres.

“Recebemos vários pedidos de financiamento. A análise das candidaturas já foi concluída em dois casos”, disse o porta-voz à Reuters, acrescentando que o financiamento varia entre 400.000 e 800.000 euros (426.000 a 852.160 dólares) para cada projeto.

O italiano Crosetto disse ao diário La Stampa que Roma considerava a medida alemã “muito perigosa”, acrescentando que o seu governo estava empenhado em combater os contrabandistas de pessoas que, segundo ele, deveriam ser tratados “como criminosos internacionais”.

Crosetto, um membro proeminente do partido Irmandade da Itália, do primeiro-ministro Giorgia Meloni, disse: “Berlim finge que não percebe que, ao fazer isso, está causando dificuldades a um país que deveria, em teoria, ser amigável”.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que resgatar pessoas no mar é um “dever legal, humanitário e moral”.

Os dados mais recentes do Ministério do Interior mostram que mais de 132.000 migrantes chegaram a Itália de barco até agora este ano, em comparação com cerca de 69.000 no mesmo período de 2022.

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No sábado, a instituição de caridade SOS Humanity afirmou num comunicado que iria receber cerca de 790 mil euros do governo alemão.

A Itália, que adota uma linha dura contra a imigração ilegal, disse esta semana que iria aumentar o número de centros de detenção para manter os migrantes antes da sua potencial repatriação e prolongar o período durante o qual podem ser detidos.

O governo também decidiu que teriam de pagar para evitar a detenção enquanto o seu pedido de protecção era processado, suscitando fortes críticas por parte de grupos de direitos humanos.

($1 = 0,9388 euros)

(Reportagem de Angelo Amanti em Roma e Friedrich Heine em Berlim – Preparado por Mohammed para o Boletim Árabe) Edição de Emilia Sithole-Matarsi

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